quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Micmacs à tire-larigot

Um dos expoentes máximos do cinema francês actual. A mais recente obra do genial Jean-Pierre Jeunet, autor de Le fabuleux destin d'Amélie Poulain e Delicatessen, é uma "sátira ao comércio de armas mundial". Micmacs à tire-larigot é o exemplo perfeito do humor sagaz e inteligente, bem patente no realizador francês.
Personagens excêntricas num universo grotesco elevam o ritmo dramático desta película, que põe a nu, de uma forma bem leve, a hipocrisia e o egoísmo dos traficantes de armas mundiais.


Fica a sugestão...

Barcelona... actual por tradição!

Há cerca de um ano atrás, visitei uma belíssima cidade à beira-mar plantada, de seu nome Barcelona.
As expectativas eram boas, melhores foram as certezas. Ao mergulhar no frénetico ritmo citadino, testemunhei riquezas culturais e arquitectónicas dignas dos melhores catálogos turísticos.
Las Ramblas estenderam o seu passeio multi-artístico e deram-me as boas vindas a uma nova realidade.
Serpenteei por entre os estreitos e assombrosos corredores do Bairro Gótico, situado em pleno centro histórico da cidade. Com uma urbanização plena de personalidade, El Gòtic é como que uma obscura viagem no tempo sob influência romana.
Conhecida como a capital europeia do modernisno, Barcelona exibe com vaidade o legado de um dos maiores arquitectos da sua geração, Antoni Gaudí. Obras como o inacabado Templo da Sagrada Família, o Parc Güell, a Casa Milá (também conhecida como La Pedrera) e a Casa Batlló, consciencializaram-me de uma, até então, escamoteada pequenez interior.
Sob o olhar atento dos seus dois guardiões - Montjuic e Tibidabo - Barcelona converge em si uma miscelânea de vincadas tradições e saudosas contemporaneidades.
Enfim, ainda e sempre deslumbrado pelo seu encanto. Visando o reencontro.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fragmentos de um todo!

"Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o teu direito de dizê-lo!" - Voltaire

Uma citação feliz do filósofo iluminista, François-Marie Arouet, mais conhecido pelo pseudónimo Voltaire, que pode levar-nos a reflectir sobre os reais fundamentos da liberdade de expressão, num momento em que este é um direito cada vez mais comprometido e corrompido por interesses "exteriores".
O direito a escrever e a dizer o que se pensa é um bem "vigiado", com jornalistas investigados e impedidos de realizar o seu trabalho livremente, segundo o seu próprio código deontológico, por uma censura silenciosa e com uma subtileza repleta de brechas, alegando a conservação do status quo, que reprime alterações de pensamento e oscilações de opinião.
Sob esta realidade, é pertinente afirmar que os alicerces sobre os quais a expressão democrática se ergue, apresentam-se cada vez mais fragmentados.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A ignorância é um dom!

Até que ponto a ignorância é compensatória? Será realmente um dom?
Em certos aspectos, é pertinente afirmar que a ignorância pode ser a nossa maior aliada. Fiel a uma idiossincracia plena de defeitos. Ao desconhecermos certo tema, certo acontecimento, este dificilmente nos afectará.
Sob outra perspectiva, a ignorância pode ser interpretada como um primeiro sinal de presunção de conhecimento. Aliada à arrogância e à vaidade, a ausência de sabedoria torna-nos insolentes e escurece-nos o espirito.
Na minha opinião, sábio é aquele que reconhece os limites da sua própria ignorância. Citando o mais sábio entre os filósofos - "Conheço apenas a minha ignorância." - Sócrates.
Numa busca constante e ininterrupta pelo conhecimento verdadeiro, inerente ao pensamento filosófico, é primário aliar uma vasta ignorância a uma profunda humildade.

sábado, 11 de setembro de 2010

Soul Kitchen

Um reflexo de toda a excelência do cinema europeu. Uma obra da autoria de Fatih Akin, um dos realizadores alemães mais interessantes da actualidade, que conjuga todo o romantismo e intimidade da música soul com a arte e o prazer de cozinhar.
Vivências distintas que se convergem e se completam entre as quatro paredes de um restaurante nos arredores de Hamburgo.
Soul Kitchen é um verdadeiro alimento para a alma.


Fica a sugestão...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

(In)justiça - vende-se

A contínua descredibilização do nosso país tem-se feito sentir, de uma forma mais acentuada, no campo jurídico. Casa Pia, BPN, Maddie ou Freeport são apenas alguns dos casos mais mediáticos, em foco nos nossos tribunais.
Processos que se arrastam vários anos, sem resolução aparente, em benefício de advogados, políticos e magistrados que vão, desta forma, absorvendo dinheiros públicos.
Sempre seguidos de perto pela imprensa nacional, que procura salientar todo o messianismo mediático inerente aos seus métodos de intervenção social.
Posto isto, é pertinente afirmar que, em prejuízo do elo mais fraco (o lado mais pobre da balança, sem "posses" para se fazer ouvir de uma forma nivelada), os mais poderosos sempre se safam e sempre conseguem tirar partido dum sistema judicial que, sob a proposta certa, facilmente se vende.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Em saudável discordância

"Não é necessário sair de casa.
Permaneça em sua mesa e ouça.
Não apenas ouça, mas espere.
Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio.
Então o mundo se apresentará desmascarado.
Em êxtase, se dobrará sobre os seus pés."

                                                                  Franz Kafka

Provavelmente o único ângulo de visão em que discordo de um dos mais geniais e incompreendidos escritores da sua geração, e sabe-me bem fazê-lo.
Se nos determos e ficármos à espera, o mundo consome-nos e ostenta toda a nossa ignorância, num acto que lhe é prazeroso.
Para nos mantermos à tona e evoluirmos, é primário combater qualquer tipo de inércia e falso conhecimento.

Modus Operandi

A criação deste blog deve-se a uma forte intenção de me tornar um web user mais activo.
Procurarei dar um rosto a uma não tão súbita vontade de escrever.
Escrever sobre tudo e sobre nada, expor um ponto de vista em busca de um ponto de encontro com outros gostos, outros olhares, outras vontades.
Nesta 5ª linha coloco o ponto final numa apresentação que requer brevidade.

Até já