quarta-feira, 25 de maio de 2011

Em altruísta harmonia!

"Repreende um amigo em segredo e elogia-o em público!"

                                                           Leonardo da Vinci

Uma expressão que conheço há muito tempo e com a qual muito me identifico. Plena de significado, tento segui-la, nem sempre o consigo. Certo é que me deixou a reflectir.
A amizade, em sentido lato, pode ser interpretada como uma relação afectiva, isenta de características romântico-sexuais. Um laço pleno de lealdade e conhecimento mútuo. Num plano mais pessoal, considero a amizade algo mais do que uma mera relação emocional. E antes de tudo o resto, defendo que o único modo de ter um amigo é ser-se um.
Um verdadeiro amigo é um alicerce fundamental para um sadio estado de alma. A construção cívica e pessoal do homem está intimamente ligada com as amizades que cria e, acima de tudo, com as que preserva. Neste contexto, partilho da feliz expressão do poeta francês François Fenelon, "Se queres formar um juízo acerca de um homem, vê quem são os seus amigos!"
Considero que um amigo é aquele que mais do que ouvir as minhas palavras, ouve os meus silêncios. Conhece todos os meus erros e defeitos e, ainda assim, me quer bem. A robustez de uma amizade reside no respeito pelas diferenças e não apenas no regozijo pelas semelhanças. Um amigo é, de acordo com o filósofo francês Jean Rostand, "a pessoa a quem se dá mais crédito quando fala mal de nós!".
Os momentos tristes e infelizes inerentes à nossa curta existência partilham e confluem em si algo de muito bom, a descoberta dos reais amigos. É na adversidade que criamos os bons amigos e é na prosperidade que desfrutamos deles. Quando somos reconhecidos pelo sucesso, o apoio alastra-se por todas as vozes. Quando cometemos um erro crasso, apenas o eco dos verdadeiros amigos se faz ouvir. "O falso amigo é como a sombra, só está presente enquanto o sol brilha!"