terça-feira, 12 de outubro de 2010

Racionalidade corrompida!

"A crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protector e de imortalidade, é como um ópio contra a miséria e o sofrimento da existência humana."
                                                                                                                                                
                                                                                                             Sigmund Freud

Num agradável passeio pelo Alto Alentejo, tive a oportunidade de encontrar alguns "caminhantes religiosos", que anualmente fazem a sua marcha de fé, com destino a Fátima. Este inesperado confronto deixou-me a pensar sobre as causas de tal sacrifício.
É certo que a fé move montanhas, no entanto, é igualmente certo que a fé cega a razão. Em busca de uma cura espiritual ou de um consolo emocional, crédulos peregrinos enriquecem uma iludida lealdade.
A religião é um fenómeno social pleno de crenças e doutrinas diversas. Sendo a igreja católica, em particular, uma das maiores multinacionais a nível mundial, que envolve os seus "clientes" num clima de culto a divindades originárias na fértil imaginação humana.
A necessidade de encontrar um meio de conforto para o sofrimento humano, assim como a incessante busca de uma justificação para fenómenos supostamente desconhecidos, levaram o Homem a criar a religião, a criar Deus.
Ao exercer total domínio sobre a arte de manipular a razão, o meio religioso alimenta-se da ignorância e da debilidade humana. Fiéis subjugam a sua vontade à vontade de Deus, doando o seu livre-arbítrio a uma instituição social e financeira que censura a diversidade de opiniões.
Apesar de toda esta abordagem ateísta, reconheço que renunciar a influência da religião na sociedade é uma mera utopía. Todo o cepticismo é facilmente derrubado em situações que exploram o limite da capacidade humana. Quando o Homem se encontra em momentos de crise profunda, dificilmente se rege pela fé nas suas capacidades. O trilho traçado segue a imagem transcendente de Deus. "Não existem ateus nas trincheiras!"

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