sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amor em estado puro!

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."

                                                                                                     William Shakespeare

Uma expressão marcante e plena de sentido, que me levou a reflectir sobre um sentimento que lhe é inerente, o amor. O que é o amor? Sobre que bases se constrói? É possível defini-lo?
De acordo com Platão, o amor é o desejo de algo que não possuímos. Um estado de espírito superior fomentado nas virtudes e na pureza da relação afectuosa entre duas pessoas, desprovido de interesses sexuais. O amante busca a plenitude da alma, busca suprir uma carência interior através do/a seu/sua amado/a e, desta forma, tornar-se um ser completo. O conceito de "amor platónico" - um amor inatingível, que apenas tem expressão nos nossos desejos e ideais - contrasta com a verdadeira definição de amor na filosofia de Platão, visto não ser interpretado como uma fantasia, mas sim como uma realidade fundamental passível de ser alcançada.
Este sentimento magnânimo é, na sua génese, abstracto. Sem forma, cor ou textura, o amor é, segundo Mahatma Gandhi, "a força mais subtil do mundo". É universalmente representado como um elo de ligação entre dois seres onde o desejo recíproco dominante é encontrar na felicidade de outrem, a própria felicidade. Carinho, dedicação, lealdade, amizade e afecto são algumas das expressões emocionais inerentes ao amor e que o elevam a um ponto de equilíbrio entre o corpo e a mente.
Um alicerce para um sadio estado interior, o amor expõe-se através das mais diversas faces sociais e pessoais: é visível num plano paternal ou maternal, sob a forma de um Deus (fé), num nível mais irracional, entre casais, entre amigos ou irmãos, para com um animal, num estado de amor-próprio. Um quadro de exemplos extenso que sustenta a pertinência em afirmar que o amor sob várias interpretações, não é interpretável.

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