quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amor em estado dúbio!

As suas virtudes e predicados são inegáveis. Porém, inegáveis são igualmente os seus defeitos. O amor não é perfeito, nada o é! Diversas e indignas são as manifestações de poder da outra face da moeda.
Um das principais causas para a "deformação" do sentimento amoroso, é o ciúme. Uma reacção de carácter instintivo baseada na falta de confiança no outro elemento da relação ou mesmo em si próprio, justificada pelo temor relativo a uma perceptível ameaça exterior ao bem-estar e ao valor do elo criado.
Não coloco de parte a presença de um ciúme agradável e até necessário no seio de um casal, no sentido em que relembra a ambos os intervenientes na relação de que um não deve considerar o outro como um dado adquirido. Um ciúme moderado e consciente permite uma valorização do parceiro e, deste modo, estimula a paixão e o desejo mútuo.
No momento em que este "estímulo" pende para um lado mais irracional, as emoções tornam-se desproporcionais e a razão é desfocada. A obsessão e a insegurança contaminam a relação. Um dos elementos torna-se possessivo e exigente para com o outro, criando entraves à sua liberdade de movimentos. No pior dos cenários, esta paranóia reflecte-se em violência, colocando o amor e o interesse mútuo para segundo plano.
Com a intenção de completar este quadro, considero adequado recorrer a uma expressão do escritor e ensaísta francês Michel de Montaigne, onde se pode ler:
"De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela à qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio."

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