sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um sorriso... fica-te bem!

"Desperdiçamos o dia em que não nos rimos pelo menos uma vez"

                                                                               Nicolas Chamfort

Despido de falsas modestias, afirmo que esta podia ter sido uma expressão por mim criada. Considero-a parte integrante da minha filosofia de vida, apesar da inevitabilidade dos dias desperdiçados.
Tirar partido dos pequenos pedaços de felicidade diários. Discernir a sua inevitável presença, descorar da sua ocasional brevidade em função do seu valor simbólico. "Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos...", e porque não sorrir por saber que os espinhos têm rosas? Apesar dos dias que se revelam não mais do que noites carregadas, vale a pena sorrir, para que irrompam estrelas na escuridão.
Reconheço, abraçado a uma inconsciente sobriedade, a impossibilidade de uma vida perfeita, plena de sorrisos, embora me agrade a imagem de tal ilusão. Sei que nem sempre a riqueza de espírito se reflecte nos momentos de infortúnio. Nem sempre a mais bela das palavras nos agrada, ou o mais profundo dos olhares tem uma alma por ler, por vezes o mais doce dos beijos nos amarga, nem sempre a mais terna carícia tem uma face a percorrer.
Uma realidade irrefutável, no entanto, breve e singular. É primário reconhecer a sua insignificância, rir-mos de nós próprios, gostarmos de quem somos por quem somos, saborear a mais ínfima porção de beleza. "Só os grandes homens têm a noção exacta da sua pequenez!" - Charles Delessert. A vida ganha um outro sentido quando o amor-próprio é parte integrante da nossa personalidade, os dias desperdiçados perdem relevo e o sorriso... revela-se.

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